Vamos falar sobre um conceito que merece nossa atenção: a "bondade amorosa". Essa expressão vai além do simples ato de amar; ela encapsula o desejo genuíno de que o outro encontre a verdadeira felicidade. Muitas vezes, confundimos esse sentimento com o amor em si, mas é importante entender que a bondade amorosa é uma forma mais profunda de afeto.
Um ponto interessante a considerar é a perspectiva do aplicativo de meditação Lojong, que nos lembra que "sofrer é resultado do apego, pois o amor verdadeiro não traz dor". Essa afirmação nos ajuda a diferenciar o afeto verdadeiro do apego emocional. O afeto, nesse contexto, é a manifestação prática das quatro qualidades do coração: bondade amorosa, compaixão, alegria empática e equanimidade. É o cuidado que temos pelos outros, baseado em um desejo sincero pelo bem-estar deles. Muitas vezes, pensamos que estamos sofrendo por amor ou atração, mas, na verdade, a dor vem do medo da perda, da necessidade de controle e do desejo de posse – sentimentos que emergem do apego, não do amor puro e desinteressado.
A palavra "desejo" pode ter uma conotação negativa, mas nas práticas meditativas e na filosofia budista, ela é frequentemente substituída por "bondade amorosa". Isso enfatiza a intenção altruísta por trás do que queremos. Assim, bondade amorosa e amor se tornam sinônimos: ambos refletem o desejo de que todos os seres encontrem felicidade genuína e suas causas. O zelo, quando visto como um cuidado verdadeiro e desinteressado, também se alinha a essa ideia de bondade amorosa. Não se trata de um zelo possessivo, mas de um desejo profundo e sincero de que todos estejam bem, felizes e em paz.